16.12.08

eu poderia estar em Porto Alegre.

a música tocava com uma frequência calmante.
as caixas de som, gentilmente soltavam o som de teclados ambientais e percussão de luz. criando uma trilha sonoro sedutiva.
as janelas estavam frias ao toque, refletindo as condições frias em nossas extremidades imediatas. manchas e digitais, marcavam o vidro. e riscos de neve derretida, desciam por ele.
a música, pulsava mais alto, porém ainda gentil.
o carro percorreu uma dolorosa reta da estrada. e ela nem se quer tinha virado o volante 2 centímetros, nos últimos 20 minutos. e nós não falávamos nada.
...como éramos perfeitos... eles vão lembrar somente dos nossos sorrisos, porque foi tudo que eles viram.

- porque você está fazendo isso? ela me perguntou como se não esperasse uma resposta.
- eu não estou fazendo nada. - eu disse, mas nem eu acreditei em mim mesmo. - isso é só o melhor pra mim, pra você, pra nós... - ou talvez, apenas pra mim, eu pensei enquanto uma lágrima se formava em seu olho.

ela olhou pra baixo momentaneamente e fechou seus olhos, por um pouco de tempo a mais do que um piscar normal. e então ela começou a chorar, e então ela começou a gritar.
e ai, eu comecei a gritar.

nossas vozes, desmoronamente, viraram parte da música. o carro se apressou mais rápido pela noite. enquanto nossas vozes se abaixavam...
logo a frente, havia uma curva se aproximando, e ela não mostrava indicações de desacelerar

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