30.1.09

euquero

preciso de um tapete vermelho jogado num chão limpo, perto de uma lareira, numa casa distante e vazia que se encontre num lugar distante e vazio.
onde eu possa deitar nua, sozinha, com bons cigarros, café e Janis Joplin.


só.

something

tá tudo pronto. 
menos eu.

eu já.

eu já desci a augusta crente que eu era a guria mais linda do role.
já desci aquela merda aos prantos, andando rápido, querendo sumir.
eu já me senti um crápula por destruir naturalmente e rapidamente todos que se relacionam comigo. bando de doido.
já me senti beem, por pisar em alguém até ver os olhos arregalados e inxados.

já fui fotografa, cineasta, amante, amada, armada, homem, mulher, quem come, quem da.
ja fui pai, mãe, tia.
eu já muito.
cansei de já.
quero ainda.

29.1.09

C,L

É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão poerfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.

dias de felicidade sem validade

paredes frenéticas mudavam de cor rapidamente, passavam de roxo, pra vermelho, marrom, verde.
o meio fio passa de seco, pra molhado.
a lágrima passa de molhada, pra seca.
é amor, e nós sabemos que é.
to monogamica e completamente viciada.
seria mais fácil se eu não tivesse, mas eu confesso que gosto das gargalhadas que iluminam a sala do charlie chaplin.
eu confesso que eu gosto do tanto colorido que me bate aqui dentro quando deito no peito confortável que me protege a noite inteira.
tem uma óbvia atração entre a rosa e o espinho.
há uma óbvia atração entre o bom e o ruim.

ele sim; gosta do modo carinhoso, do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão.

eu te amo.

27.1.09

meu

Quero que me cubras, com versos fascinantes
Que não ofusquem os carinhos que me dás
E ponham brilho naqueles instantes
Em que te quero, aqui, mas não estás.
Serão sinais visíveis, realçantes
Da tua presença, que tanto me faz
Imaginar de quando, juntos e amantes,
Criamos tempo, já que o tempo é fugaz.
Toma-me nua e simples como sou,
Cobre-me com teus beijos e abraços,
Que são as minhas “palavras” preferidas.
É o que quero em troca do que dou,
Quando, então, e livres de embaraços
Fundiremos, numa só, as nossas vidas.

24.1.09

eu não sei mais escrever.

17.1.09

I am.

to voando num balão onde se encontram duas pessoas.
uma grita, a outra tenta acalmar.
uma proíbe, a outra deixa perceber automaticamente que é ruim.
uma é tóxica, a outra não.
uma nunca perdoa, a outra sempre diz: 'tá tudo bem.'
uma chora, a outra também.
uma gosta, a outra também.
uma sorri, a outra também.

num balão que os levou pro paralelo suficiente.
onde tem diamantes e céu de marmelada.
eles seguem até a ponte perto da fonte e assistem as flores que crescem rapidamente.

o garoto dos olhos de caleidoscópio...
...e a lucy num céu de diamantes.

16.1.09

that's what i got.

é impressionante como as coisas mudam rapidamente.
se antes uma barbie na mão, agora um cigarro.
se antes um colar com detalhe pink, agora um piercing no nariz.
se antes um boneco, agora um amor.
se antes uma tv, agora uma balada.

nem da mais pra lembrar do meu passado, sem me distrair com o meu presente.
eu sempre quis ter mais bonecas, sempre quis ter mais roupas, e sempre achei que elas cresciam com a gente.
sempre achei que a susi ia passear comigo nos domingos de sol.
esses dias vi um cross ultrapassando o carro do meu tio na estrada.
pensei: "quando eu for maior , vou pegar um desse."
logo em seguida, eu pensei:
"maior pra onde? pros lados? com três filhos e um marido alcoolatra?"
notei que eu to com dezoito anos.
que eu tenho que fazer faculdade, comprar um carro, e namorar sério uma vez na vida.
ai que eu notei que não da mais pra eu ter crises de escrever e sair da sala de aula pra fumar e ficar escrevendo sobre minhas crises.

eu era médica aos 7.
depois virei cirurgiã plástica e só. a fase dos 8 aos 9 o que eu mais queria era fazer as pessoas se sentirem bonitas.
cheguei aos 10 e comecei a gostar imensamente de dor. ai eu queria trabalhar num carro de resgate. (OI!)
virei cantora assim que eu notei que a avril lavigne tinha um skate e era linda e rebelde. essa durou mais ou menos até os 13.
quando eu conheci um baixista e me apaixonei. ai de cantora, virei baixista.
aos 14, eu era coçacu. andava de skate o tempo inteiro e achava que sabia tudo sobre sexo comida e esporte.
com 15 e 16 eu amei intensamente cada uma das minhas namoradas, fiquei pra sempre com elas... e em alguns casos, usei os mesmos poemas.
de 16 pra 17 voltei a ficar com homens...
dos 17 aos 18, criei um blog. finjo que trabalho como recepcionista bilingue. namoro sem a frase "namora cmg" pq pra variar eu viciei na pessoa e temos uma relação de namoro nao declarada.
moro com a minha tia, e vou começar minha faculdade.
dos 18 aos 19 anos eu vou ter meu carro, virar teacher da Wall Street fazer minha faculdade e continuar namorando sério uma vez na vida.

14.1.09

em todos esses anos...

... ninguém foi feito pra mim.

how did I get here?
eu devo aceitar, tenho que entender.
e poxa! como eu sou egoista e malvada.
foi só uma ligação, foi só um olhar.
seja lá o que foi só.
o que eu quero é que seja só, eu.

'eu não quero te ver assim, sofrendo.'
então vai.
será que você consegue enxergar o que estamos fazendo?
fazendo de bobos, nós mesmos...

tem paredes com digitais dela.
tem janelas que se abrem com o nome dela.
fichários que se guardam, com o nome dela.
relógio rosa que conta os segundos dela.
garçons gays, que contam as fofocas pra ela.

tem o nome dela, o rosto dela, o cheiro dela em você.
how did I get here?
e o que eu to fazendo aqui?
em todos esses anos... ninguém foi feito pra mim.
e eu to começando a subir de novo.
olho pra baixo e tenho que ver mais um sinal de que alguém a mais esteve por ali.
to perdendo os diamantes do meu céu.
to me perdendo no meio dessa porra toda.
não quero chegar lá no meio, ver tudo acontecer.
sentir tudo que eu sei que está por vir.
pra depois com uma cara de desconcerto, cair sozinha no chão.

eu gosto bem mais do que é meu.

6.1.09

são paulo apagou

dava pra ouvir os sapatos das mulheres passando.
todos os dias elas passam por ali.
todos os dias passaram ali. os dias acabaram, ali.
de braços cruzados.
ambos pensando em como não, destruir.
eu vou sobreviver...
acabou e sempre vai acabar.
é abstrato. é bonito...
pode até parecer fraqueza, pois que seja fraqueza então...
-isso aqui vai acontecer de novo, e você sabe.

sei. e é bom saber também, que eu não era a única que estava pensando se daria pra ser mais.
todo sopro que apaga uma chama, reacende o que for pra ficar.
lá vem eu de novo, aos pedaços.
vou quebrar novos ossos e beber novas cervejas.
isso não acaba aqui.

-eu vou te esperar.

2.1.09

não quero mais .

lá vem as cores cobrindo o céu.
lá vem as promessas de tudo renovar, cultivar e valorizar.
a areia tá forrada num grande tapete branco.
mulheres rebolam cada vez mais.
e os homens, competem qual barriga seria maior.
cerveja.
esse ano eu faço dezoito anos, e as minhas lembranças dos 13 mantêm-se inteiras.
as pessoas continuam com seus sorrisos falsos de sempre.
e a perna dos idosos, continuuuam inchadas.
as garotinhas não viram mais as folhas do diário.
viram-se de quatro. em busca de orgasmo.

meu cigarro tá quase acabando, e eu torço pra dar tempo de arremessa-lo do outro lado da rua antes de bater a cabeça no meio fio.
ah... me doeria tornar-me mais uma mulher invisível, pobre, mera mortal lavando uma louça.
talvez essa seja a minha hora, e esse, meu ano.
talvez essa seja só mais um hora, e esse, mais um ano que eu vou sair por ai analisando ...
questionando ...

aquela doente da Raquel.

a Raquel vestia xadrez, falava embolado, fingia que fumava e tinha o cabelo preso.
a Raquel, agarrou a minha amiga na porta do banheiro.
ah... aquela doida da Raquel.
a Raquel tem o dedão da mão feio e o olho pequeno. a Raquel me disse uma vez, "eu amo você".
ah... aquela mentirosa da Raquel.
a Raquel é falsa, é perigosa. A Raquel finge que bebe, finge que fuma, finge que cheira, e volta pra casa correndo, pra fingir ser a filha que a mãe gostosa dela, sempre quis.
aquela burra da Raquel!
de um jeito ou de outro, um dia eu gostei dela.
a Raquel me falava que eu era amiga dela, me chamava pra sair, prometia guardar meus segredos. aquela doente mental me colocou na sua lista "rival"
era difícil saber qual era o intuito dela, se ela queria minha namorada, ou se ela queria meu dinheiro pra pagar a conta.
ah... eu odeio a Raquel.
a Raquel é de mentira, ela é feia, é feita, de papel.
eu odeio a Raquel!
não sei porque ela me reservou um capitulo da vida dela, vida de merda, vida confusa, vida comum, vida de puta.

eu prefiro ser a CORNA DA CAMILA do que a VAGABUNDA DA RAQUEL.