30.10.09

cara valente

eu preciso de uma vida melhor, pra ter o que escrever sobre ela.

20.10.09

conjuga-me

eu minto
tu mente
ele mente
nós mentimos
vós mentis
eles mentem

ah mas quanto amor, lhe deixa marca nos braços esbranquiçados e cabeça funcionando a mil por hora pra inventar mais uma mentira.
coisa pouca, nada de muito.
te dou tudo pela metade, e minha suave e burra morena.
abra sua porta para mim, suas pernas, e seu coração.
prometo. acabo com tudo em segundos. te mostro o quanto sou boa nisso e naquilo.
vou te recitar poemas lindos, que minha cabeça esperta inventou olhando o céu enquanto te ouvia cantarolar.
só não me incomoda quando descobrires que fora enganada.
gosto do meu jantar em paz, quieta, e com a garota que eu escolher pra minha noite meio grau.

primavera é o caralho.
sorrisos ironicos, poesias velhas, quadros caindo.
parede manchada de amiga morta.
chama a outra. minhas unhas são curtas não te fazem sangrar.
só sei mesmo secar, suas lágrimas, suas angustias, suas dúvidas.
conjuga-me como quiseres. só saia pela porta amarelada. com seu sorriso amarelado, dentes amarelados, dedos amarelados.
não quero nada mulher feita dos barros que não tiraste de suas botas.
não me apareça com mais histórias. traste mal inventado.
cansei de todo o cansaço que me proporcionas.

mente tu
minta você
mintamos nós
menti vós
mintam vocês

-you know, i'm not in love. you know, this is not love.


16.10.09

segredos da primavera sem flores

já sei suas coisas, suas cores, seus defeitos.
seus costumes. seus perfumes, seus efeitos.
sei seus passos, suas manias. as mesmas que as minhas.
te conheço do avesso. te leio inteira, menina.
que me arranca pele e alma, tira tudo de mim.
mulher independente de sorrisos facéis.
pele de porcelana, lábios distantes e rápidos, sussurra que me ama.
chora alto mantendo as armas separadas, no quarto escuro, nem teu nem dela.
você fica que eu fico.
balança o corpo para dormir seus sonhos.
dorme em paz, a primavera acabou. não volta mais.
não rola na cama, não me procura. não geme.
passou como todo o resto. te trouxe tudo rápido, e agora te deixo o gosto amargo, que eu não soube provar.
anestesia os braços e as pernas. se apoia na bambeza dos meus quadris.
mais uma passagem das longas, e curtas. daquelas que vai tudo de uma vez. das noites em claro cuidando do sue álcool mastigado, engolido e agora atravessado no meio da gente.
bem rápido, as horas, o sexo, as casas. só não deixa esse amor teu, longe do meu.

"primavera se foi, e com ela, meu amor. quem me dera poder consertar tudo que eu fiz. O perfume que andava com o vento pelo ar, primavera soprando um caminho mais feliz."


9.10.09

quem sabe de mim sou eu. ou talvez não.

tá perdida a tal da menina de verde.
que já foi menina de preto, na calçada.
menina de azul na janela, menina loira na piscina.
a magrela estranha sem piercing, já foi a amiga feia, e a falsa.
amiga ladra. inimiga.
hoje ouvi falar de mim. meu egocentrismo cor de nada saiu saltitando de alegria.
em seguida sentou no canto esquerdo da minha sala de pessoa empregada e chamou o coração pra conversar, logo veio a razão junto.
deu pra ouvir daqui eles rindo do quão burra eu sou dando espaço pro pouco que levaram eles até ali.
não quero mais saber de nada, to realmente a fim de ficar por aqui comigo mesma e borboletas mortas.
jamais vou assumir sobre a minha desconfiança de que o rosto que eu nunca vou esquecer, já tá na minha memória.

hoje atendi um modelo, ele cheirava a 212.
não soube falar nada, entrei em desespero, fiquei gelada, grossa, querendo fugir dessa coisa estranha que um dia eu achei que seria o melhor pra mim.
estou desesperada, não quero encontrar com ela, nem com ele, nem com as minhas amigas.
não quero ir pra buenos aires, nem pra florianopolis, nem pro apartamento 54.
porque eu sei, se eu entrar lá não saio mais.
de novo.

(...) só enquanto eu respirar.

2.10.09

de dentro pra fora.

knock knock from door to door.
meeting these people we'll never know
i've heard this history before.

entra na minha vida com essa ousadia. mulher bonita.
rosto pintado, enfeitado de sardinhas. mulher minha.
menina com doce, menina sem doce. um oitavo da cama.
mulher criança.
sexta de sol. ela me liga, deu tudo certo o apartamento é dela.
e o abraço que ela gostaria agora, é meu.
hoje o sol veio lindo, abrindo janelas, solto. pintando as paredes da minha sala larga e acessível.
veio me falar que traz boas noticias. e eu notei, parece despedida de vida antiga.
vai ver é isso mesmo. eu caçador de boas palavras, vou mergulhar num infinito particular de mim mesmo. dessa tanta coisa que eu trago de inédito pra vidas alheias, entre um trago e outro, enquanto toca o rock antigo.

agora, 13:47.
Red Hot Chilli Peppers sussurrando no meu ouvido pedaços de Under The Bridge.
entra brisa leve movendo a papelada que eu, homem feito, esqueci de cuidar me perdendo ao pensar no sorriso juvenil que eu gostaria de beijar.

se toda rosa só é rosa porque assim ela é chamada.
então de hoje em diante só quero boas noticias.
sorte, vem de dentro.
e toda é bossa é nova. ninguém pergunta se é usada.
de hoje em diante, só quero boas noticias.

1.10.09

not now

nem tudo se resolve com um texto bonito.
eu to na corda bamba.
as vezes eu vou, as vezes eu fico.


i believe in memories they look so... so pretty when i sleep.
and when i wake. when i wake up, u look so pretty sleeping next to me.