23.9.08

é tudo paciência.

esses dias, eu estava passando em frente a um desses lugares que vendem doces.eu vi um moranguete.um dos meus chocolates preferidos aos 13 14 e 15.eu sempre gostei da combinação morango com chocolate.logo, eu me lembrei dessa época, de quando eu fazia realmente questão de combinar roupas com as amigas.época em que eu respondia para o meu professor, porque eu queria ser do grupo das maloqueiras do colégio.afinal, colégio público não abriga lideres de torcida. lembrei da época que eu juntava dinheiro a semana inteira pra comprar um lanche, e ver ele inteiro sendo devorado por pessoas que eu não conhecia, mas que eram simplesmente, pessoas que roubavam a porra do meu lanche.tão idealizado.eu era pequena, mas eu sonhava tão alto. e eu me achava tão adulta.tão dona de mim. eu sempre soube de tudo. eu sempre fui pequena.eu tinha medo das meninas, não dos meninos, porque neles eu sempre bati.
esses dias, passando em frente a um desses lugares que vendem doces.eu vi um moranguete.óbvio que eu comprei. e o sabor me fez lembrar de antes, e antes, me levou ao agora.eu voltando do serviço caminhando rapidamente pra chegar em casa e fazer o que eu faço todos os dias.logo, comecei a observar, eu ainda acho que eu sei de tudo.eu ainda sou pequena.ai eu comecei a pensar. a minha avó, tem 62 anos, e ela vive dando lição de moral, e alegando o certo pra mim e pra minha prima. a minha mãe, ouve as lições de moral da minha e as ignora, porque ela sabe o que fazer da vida dela.assim como a minha tia, que da lição em mim e na minha prima. ignorando as da minha .eu, leciono pra minha prima, ela não ouve.ela, leciona pro meu irmão. que já sabe, falar papaquepari, logo, não a escuta.na verdade, a morte surda, caminha ao nosso lado.e ninguém, nem os que acham saber o bastante, como eu.sabem em que esquina ela vai nos beijar.fato é. depois de tudo isso, eu cheguei à conclusão de que ninguém sabe tanto a ponto de saber o bastante, de saber de verdade. a ponto de falar o que é certo e o que é errado.
eu já usei meias coloridas até o joelho, e hoje se eu ver alguém assim, eu com certeza vou dizer que abriram a porta do circo.nem aos 40, aos 14, aos 25, aos 62 sabe-se o que precisa-se saber.porque ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.e ai sim, eu quero ver quem tem o melhor teto de vidro, pra ensinar alguém o que se deve ou não fazer.talvez um dia eu realmente entenda, que perdoar, é esquecer de verdade o que foi feito.não dizer, tá desculpado.que amar não é falar que ama, nem mostrar talvez, é só amar.que tem palavras que recebem acento no plural, sem ter o pauzinho em cima da maldita vogal.que quem rouba nem sempre é corinthiano.que quem fala mal dos outros pra mim, vai falar de mim pros outros.que os efeitos malditos das drogas não vão mesmo vir agora.que o menino de óculos e aparelho, nem sempre é nerd.que ciúme é um sentimento imbecil, e não torna ninguém fiel a você.que burro, não é quem mente, é quem finge que acredita.
eu sei de tudo isso, porque eu li, porque eu senti que era assim, porque algum dia, alguém me ensinou.mas não precisa necessariamente, ser igual pra todos.o melhor gosto do prato principal da vida, é a diferença.afinal, se todos fossem ricos por exemplo, quem trabalharia no bar pra me servir a cerveja?

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