4.9.08

quem me dera.

eu tenho uma saudade da minha vida.
tenho saudade de quando eu saia de casa as 17 pra chegar exatamente 18 na augusta.

tenho saudade de quando eu ia pro bocage, com as minhas calças largas, cigarro, boné, e vinho.
ah... como eu tenho saudade do tempo em que o abc.dario inteiro era meu.
sinto falta da minha sapatilha que sempre encantava as meninas que eu queria falar. vc é minha.

sinto tanta falta dos dias em que eu voltava correndo pra casa, pra dar tempo de chegar exatamente meia noite.
nossa, mas que saudade de dormir a noite inteira e ficar no pátio da minha escola olhando todos os balançares de bunda.

falta das vezes que eu caia. eu caia mesmo, no chão, ralava-me inteira, ralava até mesmo a bunda que eu nunca tive.
caia de skate, caia de bebada, caia de ódio, caia de chuva, eu sempre caia. eu sempre ria dos tombos.

muita saudade da época que eu saia sempre com o mesmo colar, e sentava na mesma mesa no mesmo bar, na mesma cadeira com o mesmo garçom.
muita saudade de quando eu achava a menina cabeçuda e loirinha, uma graça.
meu deus, me devolva os dias para que eu sinta o mesmo frio na barriga quando um relacionamento novo estava começando.

época em que eu não fazia nada de errado propriamente dito.
eu era bonita, eu escrevia bem.
eu ia eu era eu ava.

meu passado não é desses escuros, meu presente que é.
e eu quase entro em desespero quando eu penso que daqui dois anos, eu vou sentir muita falta do meu hoje.

amanhã me esqueçam, eu quero cair, de bebada, dessa vez.

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