20.4.09

-eu vou pra minha casa.

pronto. lá vem ele cheio de palavras incertas.
apoia a mão no queixo, e segura o queixo com a mão. levanta o queixo empina o queixo, se queixa.
olha pra tv e não enxerga nada. dessa vez ele parecia tão mais sério.
dessa vez, quando ele disse que ia embora eu acreditei. mas como sempre, ele não abre a porta, ele não vai de verdade, o máximo que ele faz, é colocar o tênis e ficar mais um pouco esperando que eu consiga consertar o erro pra ele ficar mais um bastante.
eu sei que ele quer ficar, ele sempre quis.

-e isso vai durar até você pedir desculpas.
-então vamos tirar par ou ímpar pra ver quem pede primeiro.
-primeiro que eu não taquei nada em você. eu joguei.
-ah entendi, defina tacar então.

ele fica sentado com aquela pose de homem maduro, e eu quase desmonto quando ele me olha de canto. mas eu juro que eu não vou assumir isso tão cedo.
ele deita, acende um cigarro com tanta praticidade e vicio, abrindo os braços pra eu deitar no peito dele e depois ele gritar pro mundo que eu sou viciada em dormir no peito dele, não ele que me chama.
a maior graça é quando ele me irrita e da uma dancadinha no meio da cozinha.
eu detesto quando ele dança ou fica com um meio sorriso na cara quando eu to alimentando meu lado feminino gritando e gritando.
teremos mais pratos na nossa casa sem tapetes levando em conta esse jeito dele de deixar as brigas pra nunca.

-mas não tem que deixar um travesseiro pra Camila?
-não precisa, a Camila dorme no peito, parece criança.

ainda bem que ele sabe, sua metade sou eu Wesley Allen.




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