16.10.09

segredos da primavera sem flores

já sei suas coisas, suas cores, seus defeitos.
seus costumes. seus perfumes, seus efeitos.
sei seus passos, suas manias. as mesmas que as minhas.
te conheço do avesso. te leio inteira, menina.
que me arranca pele e alma, tira tudo de mim.
mulher independente de sorrisos facéis.
pele de porcelana, lábios distantes e rápidos, sussurra que me ama.
chora alto mantendo as armas separadas, no quarto escuro, nem teu nem dela.
você fica que eu fico.
balança o corpo para dormir seus sonhos.
dorme em paz, a primavera acabou. não volta mais.
não rola na cama, não me procura. não geme.
passou como todo o resto. te trouxe tudo rápido, e agora te deixo o gosto amargo, que eu não soube provar.
anestesia os braços e as pernas. se apoia na bambeza dos meus quadris.
mais uma passagem das longas, e curtas. daquelas que vai tudo de uma vez. das noites em claro cuidando do sue álcool mastigado, engolido e agora atravessado no meio da gente.
bem rápido, as horas, o sexo, as casas. só não deixa esse amor teu, longe do meu.

"primavera se foi, e com ela, meu amor. quem me dera poder consertar tudo que eu fiz. O perfume que andava com o vento pelo ar, primavera soprando um caminho mais feliz."